Construções de Huyghens:
Para esta construção, é usada a superfície de onda (o lugar geométrico dos pontos alcançados pela luz emitida por uma fonte pontual
após uma unidade de tempo). Num meio isotrópico, a superfície de onda é uma esfera cujo raio é o inverso do índice do meio.
O plano de onda, numa dada direcção, é tangente à superfície de onda e num meio isotrópico, os raios luminosos são normais aos planos de onda.
Para construir o raio refractado ao atravessar um dioptro, considera-se uma fonte secundária de Huyghens, situada sobre o dioptro do ponto de incidência.
A partir deste ponto é traçada a superfície de onda dos dois meios. A partir do raio incidente, deduz-se a posição do plano de onda incidente MT
e, assim, do plano de onda emergente NT (são emitidos no mesmo instante). Por fim, pode traçar-se o raio emergente ON
(normal ao plano de onda emergente). Desafio: Verifique que esta construção é equivalente à relação:
n1.sen(i1) = n2.sen(i2)
No caso de n1 > n2, a construção só é possível se o ponto T se situar no exterior da esfera de raio
n2. Esta condição define o ângulo "limite".
Caso contrário, ocorre reflexão total no dioptro. Construção de Descartes:
Utiliza-se a superfície dos índices (superfície gerada por um raio vector cujo comprimento é o do índice na direcção estudada).
Num meio isotrópico, a superfície dos índices é esférica, de raio igual ao índice do meio.
A partir do ponto de incidência escolhido como centro, traçam-se as esferas de raio n1 e n2, M e a intersecção
do raio incidente com a esfera de raio n1. De M traça-se a perpendicular sobre o dioptro. Esta recta MT atravessa (exceptuando os caso em que
ocorre reflexão total) a esfera de raio n2 em N, que define a direcção do raio emergente ON.
Esta construção permite traduzir geometricamente a Lei de Descartes. É mais difícil dar-lhe um sentido físico do que para a construção de Huyghens.
Simulation Numérique de Jean-Jacques ROUSSEAU
Faculté des Sciences exactes et naturelles Université du Maine - Le Mans Traduzido e adaptado para a Casa das Ciências
por Manuel Silva Pinto e Alexandra Coelho em Abril de 2011