Radiação do corpo negro : Definições
: Num meio não absorvente, consideremos um feixe de radiação
proveniente de uma fonte estável. Ele transporta em cada segundo, uma certa quantidade de energia E.
A potência
correspondente P é o fluxo de energia do feixe por unidade de tempo, expressa em watts (W).
Se a fonte for bastante distante do ponto de medição para que seja possível considerá-la como pontual,
envia para uma pequena superfície dS ( vista da fonte com o ângulo sólido dΩ ) a energia
dP. A intensidade I do feixe é I = dP/d Ω.
( watt por esterradiano, W/sr). O quociente do fluxo recebido pela superfície
dS por esta superfície é a iluminaçãoE = dP/dS No caso de uma
fonte distante, consideramos uma superfície ds cuja normal faz um ângulo &alpha
com a direcção média do feixe. A intensidade do elemento ds nesta direcção
pode ser escrita na forma dI = L.ds.cos( α). L é a luminescência total
do elemento ds. (watts por esterradiano
e por metro quadrado W/m2.sr). Pode também definir-se a luminescência
por unidade de comprimento de onda L λ, que corresponde à energia
de um dado comprimento de onda. Por exemplo a luminescência do
Sol na Terra é da ordem de 9.10
6 W/m2.sr Corpo
negro: Por definição, um corpo negro é um objecto que absorve integralmente a radiação
recebida. Uma cavidade fechada com uma pequena abertura constitui a concretização de um corpo negro. As radiações
que entram na cavidade reflectem-se nas paredes e absorvem mais ou menos a cada refexão.
A energia pode ser insignificante. Um
corpo negro em equilíbrio térmico emite a energia que recebe. Um
forno fechado e isolado termicamente constitui um corpo negro em equilíbrio.
Radiação do corpo negro:
Em considerações puramente termodinâmincas, BOLTZMANN
demonstrou que as luminescências total e por unidade de comprimento de onda são proporcionais
à quarta potência da temperatura absoluta. Para ir mais longe, devem ser feitas
suposições sobre a natureza das interacções entre átomos e radiação.
A hipótese de trocas contínuas de energia entre as ondas e os átomos conduz à
"catástrofe ultravioleta" : L diverge para valores muito pequenos
de comprimento de onda. PLANCK propôs, em 1900, a hipótese dos
quanta (discretização da energia) para explicar os resultados experimentais
do corpo negro.
Com esta hipótese, mostra-se que : Constante
de Planck h = 6,624.10-34 J/s; Constante de Boltzmann k = 1,3804.10-23
J/K
Também se demostra (Lei Wien) que o máximo de dE / dλ ocorre por λmax = 2,8977.10−3 / T
Utilização:
Com a barra deslizante de controlo ou na Caixa de temperatura, altere a temperatura do corpo negro. O programa desenha a curva E / dλ = f ( λ ) que corresponde a essa temperatura no espectro visível.
As linhas azuis correspondem ao valor máximo de f ( λ ) e ao valor correspondente do comprimento de onda.
Note que o programa dimensiona automaticamente a curva. Isto não deve mascarar a ampla dinâmica do fenómeno.
Verifique a lei de Wien (ou lei do deslocamento de Wien): o valor do comprimento de onda que corresponde ao máximo move-se inversamente à temperatura absoluta.
O círculo colorido deve ter a cor do corpo negro para a temperatura exibida. Essa cor é determinada a partir dos valores de f ( λ ) para vermelho, verde e azul. O resultado é bastante preciso para temperaturas abaixo de 5.000 K. A representação de cores pelo sistema RGB torna os brilhos muito maus se o azul for dominante
Simulation Numérique de Jean-Jacques ROUSSEAU
Faculté des Sciences exactes et naturelles Université du Maine - Le Mans Traduzido e adaptado para a Casa das Ciências
por Manuel Silva Pinto e Alexandra Coelho em Outubro de 2010